Macri, Messi  e a falta de entrosamento entre Política e futebol.

 

Olá pessoal, uma notícia de ontem (30/05/2016) está provocando turbulência no meio futebolístico internacional. Segundo informações do Jornal Extra, a política se misturou com o futebol de fato na Argentina. — “O comitê decidirá se as atividades do futebol serão suspensas e se a seleção retorna dos Estados Unidos” — afirmou Damián Dupelliet, secretário-geral da AFA, à rádio argentina La Red. Isso porque o presidente da Argentina ameaça intervir na AFA (Federação de futebol Argentina), o que a FIFA proíbe com veemência qualquer intervenção em suas entidades, excluindo assim todos os clubes das competições internacionais, o que acarretaria na expulsão de Messi e companhia da Copa América e do Boca Juniors da semifinal da taça libertadores da América.

            De acordo com o jornal argentino Olé, o presidente da república, Maurício Macri fez uma consulta hoje a tarde junto ao presidente da FIFA, o recém eleito italiano Gianni Infantino, mas ainda não obteve resposta. O que fica de lição, é que política e futebol, devem sim estar entrosados como um meia e o centroavante, quem ganha, os consumidores do futebol.  Há fortes indícios de corrupção junto a AFA, o que fez levar o presidente Macri intervir na associação. Recentemente tivemos o caso de corrupção na FIFA e suas entidades ligadas, aqui no Brasil a CBF, que foi conduzindo pelo FBI dos Estados Unidos, levando vários executivos do alto escalão para prisão, entre eles o ex – presidente da CBF. Marín.

              Macri desde que foi eleito vem adotando uma política de reaproximação com países em alto potencial econômico, entre eles o Brasil. Conforme a jornalista Maria do Carmo da BBC Brasil o especialista em políticas internacionais Russell avalia a política externa de Macri:

                                      Para Roberto Russell, diretor de mestrado e doutorado em Estudos Internacionais da Universidade Torcuato di Tella, de Buenos Aires, a política externa do governo Macri sinaliza que não repetirá o “pêndulo” dos últimos anos.

“Não será a política externa de Carlos Menem (1989-1999), com relações especiais com Washington, e tampouco a relação tensa com Estados Unidos e outros países que foi mantida no governo de Cristina Kirchner (2007-2015)”, disse Russell.

Nos anos 1990, ficou conhecido o termo “relações carnais”, dito por um ministro para definir a relação da Argentina com os EUA. Já nos 12 anos de kirchnerismo (2003-2015), algumas autoridades se referiam aos Estados Unidos como “império”.

“Acho que teremos uma relação pragmática com o maior número possível de países e, apesar da crise brasileira, a Argentina (que também vive mau momento econômico) não pretenderá defender discursos como o de querer ser o líder da região”, disse Russell.

Para o analista, a Argentina terá “um papel múltiplo” na região, mantendo a relação com o Mercosul e a Unasul mas ao mesmo tempo com maior aproximação com México e Colômbia (integrantes da Aliança do Pacífico).

Ainda assim, analistas lembram que Unasul e Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) raramente são citados por Macri. (Fonte: Jornalista Maria do Carmo; BBC Brasil; Reproduzido pelo G1)

A Argentina tenta fazer em sua política macroeconômica o que os amantes do futebol castelhano chamam de “enganche” no campo, aquele clássico camisa 10 que harmoniza a bola “quadrada” que vem da defesa para redonda, aos atacantes para o gol. Tarefa difícil, mas que está dentro do objetivo do governo. Até porque Macri tem um perfil de atuação forte e fechado, de acordo com o Jornal Valor econômico, Macri enviou um projeto de lei ao Congresso que concede anistia para cerca de US$ 500 bilhões de fundos sem registro depositados no exterior. Estes recursos seriam para um alto investimento no programa de infraestrutura na Argentina.

E caso não tenham conhecimento, Macri ama o futebol e tem uma ligação fortíssima, ele foi presidente do tradicional e campeão time de futebol Boca Juniors, entre 1995 /2007. Essa intervenção na AFA vai além de questões políticas, mas de paixão pelo futebol. Se for benéfica, que aconteça da melhor maneira possível, caso contrário veremos o melhor jogador do mundo, Messi, atuando somente pelo Barcelona da Espanha.

Um forte abraço e fiquem com Deus.

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Uma resposta para Macri, Messi  e a falta de entrosamento entre Política e futebol.

  1. Paulo Farina disse:

    Muito bom.

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